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Rodrigo Wainberg

@rodrigo_wainberg

Analista e Consultor de Valores Mobiliários. Profissional aprovado no Level III da certificação CFA, investidor em ações há 6 anos.

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@rodrigo_wainberg em 11/09/2019

Eu acredito que uma boa gestão consegue atender muito bem todos os interessados no bom desempenho da empresa. São os chamados stakeholders?

–  Governo federal, estadual e municipal.

– Agências regulatórias.

Ações de cunho social (ONGs, projetos, patrocínios)

Clientes

Colaboradores

Fornecedores

Credores

Acionistas

Eu foco neste último ponto. Quando compramos uma ação queremos criação de valor ao acionista. Não adiante nada crescimento de faturamento e prejuízo. A receita precisa chegar lá na ponta, que é no nosso bolso de acionista, projetos rentáveis ou distribuição de participação (recompra de ações).

Então eu prezo por empresas que por longos períodos de tempo geraram lucros crescentes, ainda que irregulares, distribuíram dividendos, e recompraram ações.  Mas só isso não me basta.

Os executivos também precisam estar alinhados com os acionistas (e com o resto dos stakeholders também). Programa de ações e opções com carência longa e pouco dilutivos são estímulos interessantes. Também gosto de conselheiros que possuem participação acionária relevante.

A boa gestão também precisa desenvolver uma cultura forte, pautada em valores éticos. De tal forma que não dependa de um único CEO brilhante ou alguns diretores (Key man risk). Perenidade da cultura. Empresas com turnover baixo  são um bom sinal.

Prefiro empresas que promovem os funcionários internamente, sem trazer gente de fora. Quem tá dentro já conhece como funciona a empresa, qual a cultura, quem são seus colegas e outras particularidades daquele negócio.

Também não abro mão da idoneidade dos principais diretores e executivos. Antecedentes criminais, envolvimento com corrupção são alertas.

Prefiro empresas do tipo corporation, ou seja, que não detenham controlador definido.
Mas no caso de controle familiar, é preciso se atentar ao car áter e histórico da família. Tem gente que respeita os minoritários e outros não. Mercado de bolsa no Brasil já foi a festa dos controladores. Hoje as proteções são melhores, mas mesmo assim há o risco de apropriar riqueza dos minoritários em prol de interesses privados. No caso de famílias, também gosto quando os herdeiros já estão trabalhando no negócio e não existem brigas por herança ou controle.

@rodrigo_wainberg em 11/09/2019

Não conheço a Inglaterra o suficiente para te ajudar nesta questão. Mas existem empresas que vão bem em economias ruins e vice-versa. A economia indo bem ajuda a maioria, mas existem companhias muito acima da média que conseguem prosperar em (quase) todo cenário.

Eu analisaria os seguintes pontos para entender este efeito?

– Qual a % do PIB da Inglaterra que depende de exportações líquidas e de investimentos diretos de países europues?
– Que países europeus são os principais importadores da Inglaterra?

– Como se dá a relação do câmbio da libra com o Euro?

-Como as regras da UE afetam a autonomia do BC inglês?

-Quais são as restrições de entrada e saída de capital

– Qual a % do déficit do governo inglês que é financiada por investidores Europeus?

Como a política migratória fica após o Brexit?

Enfim, alguns pontos.

@rodrigo_wainberg em 11/09/2019

Na verdade o “pai ” da filosofia de investimento em ações é o Benjamin Graham, que escreveu a obra “Security Analysis”. Naquela época o foco era dado a comprar ações por valores abaixo do seu valor de liquidação, geralmente medido através de informações públicas. O próprio Graham queria popularizar um método que pudesse ser aplicado por qualquer um em qualquer lugar.

A informação era muito escassa e de difícil acesso. A mentalidade que predominava era de especulação total. Existiam muitas barganhas naquele período para quem as buscasse. O mercado também era muito pouco fiscalizado e regulado.

Com o avanço da regulação, da transparência e principalmente da divulgação eletrônica das informações, principalmente através da internet, estas barganhas foram se tornando cada vez mais raras.

Passou-se assim a exigir um método que pudesse ser melhor aplicado aos tempos modernos. Chamou-se isso de fluxo de caixa descontado. Na verdade é um conceito bastante óbvio e por isso acredito que os investidores aplicavam de forma intuitiva antes do desenvolvimento do mercado de capitais.

Que ideia tão “inovadora” do FCD é essa? É pagar hoje para receber mais no futuro. Em quantos pagamentos? Quando? Qual retorno esperado?
Daí você monta a equação do FCD.

Deste conceito simples surgiram muitas aplicações. E Damodaran é um especialista nisto.

Mas mais importante do que se adentrar nas tecnicalidades dos modelos é conhecer cada vez mais com profundidade os negócios onde você investe. Assim, seu índice de assertividade nas premissas aumenta significativamente e você consegue avaliar melhor as chances do seu investimento dar certo.

Em outras palavras, quais são os lucros normalizados que você pode esperar deste negócio? E no pior cenário? E se este pior cenário ocorrer, mesmo assim tenho um retorno interessante? Ou não?

Claramente eu não consigo te dizer qual deverá ser o lucro do Itaú nos próximos 10 anos. Mas certamente conseguiria estimar de forma conservadora este valor.

Não pense 8 ou 80. O bom investidor se encontra no meio. Aprenda a estimar ao invés de calcular. Probabilidades, isso é tudo.

@rodrigo_wainberg em 31/07/2019

1 –  Construir um bom portfólio não é simplesmente juntar empresas de diferentes setores. Primeiro de tudo, os setores definidos formalmente podem ser diferentes, mas muito correlatos. E um indo mal, pode ocasionar uma reação em cadeia.

E mais importante, a empresa que você escolher dentro desse setor pode ter uma correlação com os outros setores diferentes da correlação do setor como um todo. Para mais ou para menos.

E ainda mais importante, as empresas dentro do seu portfólio devem ter seus fatores de risco descorrelacionados entre si.

Exemplo de um portfólio ruim: A,B,C são de setores diferentes. Mas 100% da venda de A vem de B. E 100% da venda de B vem de C. E 100% da venda de C vem de A ou de B. Então o dinheiro passa de uma para outra. Se alguma empresa for mal, as três quebram.

Exemplo de um portfólio diversificado: A,B,C não competem entre si, mas A não vende para B e nem para C. B não vende para C e nem A. C não vende para B e nem A.

Tanto A, B,C possuem menos de 15% vinda de um único país. Dentro de cada país, não há nenhum setor que represente mais de 5% das vendas e nenhum cliente que represente mais de 1% das vendas.

A,B,C vendem produtos sem substitutos no mercado.

O grau de complexidade dessa avaliação vai crescendo com o número de empresas no portfólio. Mas também cresce o número de canais de receitas. O portfólio se torna mais robusto.

Fazer um portfólio bem diversificado não é muito difícil. O desafio é criar essa robustez sem prejudicar a rentabilidade, ou seja, sem convergir os retornos à media.

Daí o assunto é mais complexo e foge do escopo da sua pergunta.

@rodrigo_wainberg em 31/07/2019

Não necessariamente. Se os recursos captados forem bem aplicados, essa renda adicional do fundo pode compensar a diluição (de quem não acompanha a oferta).

A renda do cotista é uma função do numerador e denominador =
Renda do fundo pós aplicação/ número de cotas pós emissão=  (Renda atua + Renda adicional originada de novos negócios)/(número de cotas pré-emissão + novas cotas integralizadas)

Basicamente, o yield incremental > diluição. Aí sua renda aumenta. Estude o KNIP, se não me engano. Fundo cresceu e a renda por cota também.

@rodrigo_wainberg em 31/07/2019

Concordo 100%. Mas não tem problema nenhum ter retornos médios. A média mundial é 7% acima da inflação. Tá ótimo.

Se você quiser retornos acima, terá que buscar bons negócios individualmente. Então a concentração se torna secundária.
Acontece que geralmente há bons negócios espalhados na economia,  e aí a diversificação se torna consequência.

@rodrigo_wainberg em 31/07/2019

Acho que não sou a melhor pessoa pra falar disso, mas vamos lá.

O QE foi utilizado nos EUA depois da crise de 2008, também na Europa e Japão, para estimular o crescimento nessas economias maduras, mas que também tinha inflação baixa.

O Brasil nos últimos anos convivia com juros altos e também inflação alta. Acho que quantitative nos moldes americanos iria disparar a inflação aqui bem acima da meta.  Também os problemas do Brasil são diferentes, como excesso de tributação, encargos trabalhistas, burocracia e péssima logística.
População endividada, desempregada.
Assim, capital barato faria menos sentido aqui do lá fora.,

@rodrigo_wainberg em 31/07/2019

Geralmente quando a demanda de um setor vai mal, todos os elos costumam sofrer também.
Se há pouca demanda por carro, siderurgia, autopeças, concessionárias vão mal.
Em segunda ordem, podem vir distribuidoras de combustíveis, seguradora de carros. Tráfego nas estradas pode diminuir, afetando as concessionárias.

Também há setores com elos mais independentes.

Se você comprar distribuidora,geradora e transmissora de energia seu risco não vai diminuir. Porque transmissora é quase renda fixa, geradora tem problema das secas e distribuidora com gatos.

O ideal é selecionar a dedo as melhores empresas dentro de um mesmo setor.  Se acontecer de duas serem escolhidas em partes diferentes da cadeia, ok.

Mas se ficar na dúvida entre duas empresas de um mesmo setor e duas empresas de setores diferentes, a diversificação entre setores é um critério de desempate e mais importante, na minha visão.

@rodrigo_wainberg em 31/07/2019

As carteiras da Suno buscam ser bem diversificadas entre setores, prezando por bons negócios geradores de caixa.
Mas principalmente, há um bom cardápio de ações distribuídas entre as carteiras dividendo,valor e small caps que servem para que cada um possa montar a sua própria carteira se preferir.

@rodrigo_wainberg em 31/07/2019

Você diminui bastante a volatilidade e o risco de perda irreversível do seu patrimônio. Sua renda de dividendos também cresce no curto prazo e se torna mais previsível, o que traz mais segurança se você precisa disso para viver.

Mas ainda sim é renda variável, e portanto, esse mix não é substituto de reservas líquidas em renda fixa CDI cujo montante de retirada é altamente previsível.

@rodrigo_wainberg em 31/07/2019

É um trade-off  que precisa ser avaliado. Mas se o seu círculo de competência só abrange um ou dois setores, você precisa ampliar um pouco seu círculo. Se não, risco setorial fica muito concentrado.
Minha abordagem preferida, no entanto, é avaliar negócios individuais independente do setor, e aí sim entender como o setor impacta no negócio.

Podemos ter bons negócios em setores ruins e ruins negócios em setores dito bons.  Quem não olha com maior profundidade, perde o primeiro e compra o segundo,

@rodrigo_wainberg em 31/07/2019

Se você quer ser o gestor, precisa da autorização da CVM em primeiro lugar.
Pouca gente, família, amigos, melhor é um clube. Mas se quer fazer disso uma profissão, melhor fundo.

@rodrigo_wainberg em 31/07/2019

Sim, você vai receber o desempenho da economia americana como um todo, além da variação do Dólar.
Algumas dessas empresas exportam pro Brasil, mas essa exposição é uma fração desprezível.

Mas se cai forte lá, cai aqui, porque há muito estrangeiro na B³ que saca o dinheiro quando isso ocorre porque os investidores demandam mais resgates na origem (fundos). O câmbio pode atenuar.
A recíproca não é verdadeira, e o Dólar ainda tende a valorizar em crises aqui. Então é um duplo hedge nesse caso.

Via de regra, espere uma volatilidade menor em tempos normais. Em tempos conturbados, os dois mercados (a maioria na verdade) andam juntos. Hedge natural nesses momentos é difícil.
Por isso alguns compram opções.

@rodrigo_wainberg em 12/06/2019

Não dá para saber sem conhecer seus objetivos, necessidades de liquidez e disposição ao risco.

Temos consultorias para casos particulares.

https://lp.suno.com.br/programa-de-acompanhamento-personalizado/

@rodrigo_wainberg em 12/06/2019

Ação é apenas um veículo. Você precisa analisar o negócio. Tem que entender da história, modelo de negócios, concorrência, ameaça de substitutos, controladores e governança, resultados, endividamento, perspectivas, riscos e valuation.