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Rodrigo Wainberg

@rodrigo_wainberg

Analista e Consultor de Valores Mobiliários. Profissional aprovado no Level III da certificação CFA, investidor em ações há 6 anos.

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@rodrigo_wainberg em 18/12/2019

Somente quando o hedge é barato, mas eu não uso e não sou especialista. E nunca é 100% pq não temos produtos sob medida para cada investidor. São padronizados.

No caso de put de Ibov para carteira (ou qualquer posição), você precisa avaliar que está pagando um prêmio baixo em relação a: ( upside – prêmio) X probabilidade de sucesso + prêmio X Probabilidade de fracasso. Gosto de put pq perda é limitada e se quiser pode vender call junto pra pagar (abre mão do upside).

Isso monta uma curva de probabilidades e aí vc pode trabalhar em cima. Que distribuição usar é onde está o problema de 1 bilhão de dólares.

Então a não ser que seja muito óbvio eu não faria. Quando eu não estou confortável com meu tamanho de exposição eu vendo e deixo de comprar mais.

Se quiser proteger o downside sem pagar nada pode vender índice em contrato futuro mas aí perde upside tb.

Tem formas de fazer hedge tb de maneira indireta, por exemplo, dois ativos que tem correlação 1, então put de petr pode estar bem + barata que ibov.

Dá pra usar outras classes de ativos tb, e a coisa vai embora.

Volatilidade pra mim não é problema e eu tomo como premissa que no longo prazo (>8 anos) as ações tem muito mais chances de subirem bastante do que caírem bastante.

Eu venderia uma put que só pode exercer no vencimento que o Ibov em 2030 vai estar acima de 150 mil pontos.  Buffett fez algo assim lá nos EUA com o S&P. Ganhou uma porrada de prêmio e que vai investindo e o ganho do float pode ser tão grande que paga todo prejuízo!

Stuhlberger do verde é especialista em pagar pouco e proteger muito. As cartas do Verde podem ajudar..

@rodrigo_wainberg em 18/12/2019

Eu diria que quem não investe ainda em ações melhor começar pelos outros mais básicos da Suno (perguntas e respostas e valuation).

Mas se já tá há um tempo na estrada, quiser se aprofundar e se small caps fazem sentido no seu portfólio, será útil. É um livro intermediário.

@rodrigo_wainberg em 11/09/2019

Não acredito que investir com segurança dependa apenas de conhecimento.
Antes de mais nada, você precisa ter uma reserva de emergência polpuda. Só invista em ações aquilo que você pode perder no curto prazo e que não irá afetar o seu padrão de vida e de quem depende de você. Em resumo, não invista com prazo.

Se você perdesse 100% do que você está investindo hoje , seria um problema para suas finanças? Se for o caso, nem comece.
Perder 100% é quase uma impossibilidade. Mas gosto de trabalhar com cenários extremos. De vez em quando ocorrem.

NUNCA OPERE ALAVANCADO. DESESTIMULO SHORT SELLING PARA INVESTIDOR PESSOA FÍSICA.
MINHA OPÇÃO É NÃO INVESTIR EM OPÇÃO. VENDER DESCOBERTO É LOUCURA, VENDA COBERTA  PODE FAZER SENTIDO MAS GERALMENTE NÃO FAZ, COMPRAR PUT/CALL É RASGAR DINHEIRO NA MAIORIA DOS CASOS. 

Preenchido este checkbox é necessário perder o vício de olhar cotação. 99,9% dos investidores iniciantes ficam vidrados em olhar cotação. Jovens, principalmente.

Se eu começasse hoje eu leria todos os livros da Suno da Amazon. São baratos. Tem muita gente boa também fora da Suno. Teria evitado perder dinheiro, mas perdi e estou aqui com muito mais do que se tivesse parado de investir e aplicado em qualquer renda fixa por aí.

Leu sobre os conceitos básicos de ações? Sabe contabilidade? o que são dividendos? Legislação societária (básico)?  Operacionalizar as negociações? Imposto de renda? Colher prejuízos? Corretagem?

Aí você pode começar a estudar caso por caso. Mas começando pelos mais simples. Se eu começasse pegaria alguma empresa simples da carteira dividendos, leria alguns relatórios e compraria um pouquinho.  Depois você vai se aprofundando.

Você precisa se conhecer como investidor e não pode ficar nervoso, feliz ou triste. É uma atividade fria e sem graça para a maioria das pessoas. Que nem olhar a grama crescer.

Mas tem que estudar! Se não gosta de estudar, esquece. Melhor confiar a algum gestor de confiança.

@rodrigo_wainberg em 11/09/2019

Este é um assunto muito extenso. Varia de setor para setor. E de empresa para empresa no mesmo setor, em alguns casos raros. Vou pincelar…

Existem indicadores financeiros e de mercado. Os financeiros são termômetros rudimentares para avaliar aspectos diferentes do negócio: ROE / ROIC, Margens (bruta,ebitda,líquida), Dívida líquida/ EBITDA, Liquidez corrente (tem a seca e imediata também), Dívida/ PL, índice de cobertura de juros, indicadores de inadimplência, índice de basileia (para bancos), distratos e VSO (incorporadoras), Índice combinado e combinado amplo (seguradoras), Indisponibilidade (transmissoras de energia), despacho (geradoras elétricas).

Não dá pra prender um prego com um serrote e nem cortar madeira com um martelo.

Tem que saber utilizar os indicadores corretos para cada empresa e com os devidos ajustes contábeis se for o caso. É necessário usar a cabeça e entender bastante da referida empresa que você está olhando.

Depois tem os indicadores de mercado (P/L, P/VPA, EV/EBITDA, e por aí vai). De novo se aplica a teoria do serrote e do martelo.

É uma resposta genérica, mas não acredito em receitas de bolo para investir em ações.

 

@rodrigo_wainberg em 11/09/2019

Cada analista CNPI responde por suas recomendações. Lógico que há uma discussão interna antes mas a decisão final é individual. Assim exige a regulação.

A Suno é conhecida por ser uma casa mais conservadora, e por isso é muito improvável ver casos de turnaround 180% nas carteiras.

Existem modelos proprietários de Valuation e por isso todos os detalhes não são fornecidos. Mas a linha geral de raciocínio e as contas básicas são apresentadas.

@rodrigo_wainberg em 11/09/2019

Tamanho é algo que considero secundário. Empresa não quebra porque é pequena, quebra porque não tem dinheiro para pagar suas obrigações.

O porte maior, contudo, pode trazer ganhos de escala. Mas isso já está refletido nas margens projetadas e não no risco do investimento.

Liquidez não considero relevante, pois os prazos de investimento costumam ser longos e não vejo motivo de ter pressa para desmontar posição.

@rodrigo_wainberg em 11/09/2019

A empresa anuncia a data de corte para definir quem serão os acionistas que receberão os dividendos na data de pagamento.

É o que se chama de data-com. Se você fechar a ordem de compra para as ações até esta data (inclusive), irá receber os dividendos.

Sempre está escrita no anúncio de dividendos.

@rodrigo_wainberg em 11/09/2019

That’s a challenge!

Mas tenha em mente sempre o seguinte aforismo do Buffett: ” Não é preciso saber a idade de um velho para saber que ele já pode votar”.

Força da marca, por exemplo, é algo mais subjetivo. Mas existem rankings de publicações especializadas, por exemplo.

Ambiente de trabalho também. Mas existem sites especializados em depoimentos de funcionários/ex-funcionários.

Honestidade/integridade dos executivos também é mais difícil de avaliar.  Mas dá pra checar os antecedentes.

Nesta parte da análise ajuda muito as conversas com o time de executivos, funcionários, fornecedores, concorrentes.

Está mais para ciência humana do que qualquer outra coisa. Por que as últimas etapas de emprego são entrevistas? Não dá pra medir tudo.

Tem coisas que contam mas não podem contadas. Mas você pode montar rankings e classificações próprias  se preferir.

Importante é estar sempre aprendendo cada vez mais de negócios, pessoas e aprender com o erro dos outros. Você se torna um investidor melhor.

@rodrigo_wainberg em 11/09/2019

Ambas são boas pedidas. Mas depende do preço relativo entre elas e do tamanho do seu aporte inicial frente sua capacidade de geração de renda.

Tudo igual, eu focaria em companhias que já pagam bons dividendos. Energia elétrica, saneamento, bancos grandes, Só nestes três você consegue achar boas pagadoras de dividendos.

@rodrigo_wainberg em 11/09/2019

Valuation é estimar se o que você vai pagar por ação condiz com o fluxo de caixa/ação esperado no longo prazo.

Ex: Um investimento que te paga R$ 2 / ação por ano (corrigido por inflação), mas você precisa investir R$ 200 hoje é um mau negócio, pois te dá 1% de retorno real antes de impostos. Comprando uma NTN-B você consegue bem mais correndo bem menos risco.

Agora, se este investimento fosse de R$ 2, então daria 100% ao ano!!! Seria uma barganha incalculável. Mas óbvio que não existe isso na renda fixa. E se existir deve ser um título com calote quase certo.

Mas na renda variável pode existir algo parecido como 30% ao ano!!

Como? Porque o futuro ninguém sabe. E o mercado é composto pela grande maioria de pessoas que não entendem o que estão comprando e querem apenas especular vendendo as ações em pouco tempo. São apostadores, e presas fáceis para as raposas e tubarões do mercado financeiro.

Mas existe uma pequena minoria de pessoas que utilizam a cabeça. São os investidores de fato. Parceiros minoritários no capital das companhias. Esperam receber dividendos e/ou que a companhia gere cada vez mais caixa livre / ação.

Entendem do negócio, de contabilidade, de governança corporativa, quem são os controladores, qual o histórico de resultados, quem são os competidores, fornecedores, clientes, etc. Assim conseguem estimar de forma conservadora conta de quanto  a empresa irá lucrar no futuro. É a mesma conta que qualquer empresário faz em um novo projeto.

Seja um deles.

@rodrigo_wainberg em 11/09/2019

De fato!

Se essa empresa distribuísse todo lucro em dividendos, você crescia seu patrimônio só comprando mais ações e recebendo mais dividendos, e assim por diante. A taxa de crescimento do seu patrimônio seria muito próxima ao ROE. Mas melhor que seja o ROE real! Por isso o lucro precisa crescer pelo menos em linha com a inflação.

Se você recebesse sempre o mesmo montante em R$/ação, sua taxa de crescimento seria igual ao ROE nominal, como se fosse um título pré-fixado.

Mas é difícil encontrar estas barganhas. O mercado paga um prêmio sobre o patrimônio. Então uma companhia com ROE de 80%, caso extremo, seria negociada por várias vezes o VP/ação.

@rodrigo_wainberg em 11/09/2019

Se você utiliza fluxos de caixa nominais precisa utilizar taxa nominal, então sim, IPCA (IGP-M ou outro indexador) + Juro real.

Esse Juro real tem que ser no mínimo maior do que as taxas das NTN-B longas (tanto atuais como estimativa futuras).
Se o negócio for mais arriscado, uma taxa maior ainda.

Por exemplo, IPCA + 35% seria um exagero para empresas do setor elétrico. Mas para uma fintech  ganhando musculatura é uma taxa interessante.

Tem negócios em que é muito mais difícil de ganhar dinheiro independente da taxa que colocar. São aqueles negócios fadados a extinção ou prestes a entrar em recuperação financeira.  O valor justo está tendendo a zero.

Se for uma startup por exemplo, não tem liquidez. Vira pó. Agora um ou outro “mico” dá pra brincar. Mas de novo ,é uma estratégia altamente especulativa. Tem gente que gosta. Eu não recomendo. Pelo menos para o grosso da sua carteira que irá formar o seu patrimônio.

@rodrigo_wainberg em 11/09/2019

Esta é uma pergunta simples com resposta complexa. É um tema muito abrangente, vou tocar apenas na superfície.

Seu objetivo é um só:

– Que retorno a longo prazo, descontada a inflação, posso esperar com esta ação dado esta cotação?

Este retorno está condicionado ao crescimento do lucro por ação (que afeta a cotação da ação) e da quantidade de ações que você compra com os dividendos recebidos. E é claro, o preço que você paga.

Tem empresa que distribui dividendos e/ou recompra mais ações porque não consegue mais crescer. Então você compra mais ações mas o crescimento do preço não é tão grande.

Já outras crescem distribuindo dividendos e então você tem o melhor dos dois mundos.

Então, sendo conservador, digamos que na sua avaliação num pior cenário a empresa irá lucrar X R$ / ação no ano. E você paga Y. Se X/Y for de 30%, por exemplo, este é um bom investimento.

Assumir boas premissas, no entanto, é tarefa trabalhosa. Você precisa entender com boa profundidade o modelo de negócios da companhia, incluindo gestão,controladores,setor,endividamento,risco regulatório,risco ambiental, risco de fornecimento, risco de concentração do cliente, risco de obsolescência do produto e o histórico de resultados (e principalmente como estes resultados passados foram obtidos).

@rodrigo_wainberg em 11/09/2019

Vantagens competitivas geralmente levam a receitas mais previsíveis, crescimento mais acentuado e estável, crédito mais amigável e contratos vantajosos com fornecedores.

Então nas suas contas você pode considerar margens mais elevadas e taxa de crescimento de receitas mais elevada do que dos concorrentes.
Isso gera um fluxo de caixa livre por ação maior e mais previsível. O valuation por consequência tende a crescer.

@rodrigo_wainberg em 11/09/2019

As melhores empresas tem o menor custo  fixo de fabricação da commoditie (cash cost) e em segundo lugar, uma operação mais enxuta (menores gastos com SG&A) e menos alavancada (despesas financeiras).

O Brasil é o país com o menor cash cost do mundo para as fabricantes de celulose e papel.

O cash cost cai com base em dois fatores:

– Diluição dos custos fixos (SG&A como % da receita vem caindo? E os concorrentes?)

Ganhos de escala na negociação de contratos ( Gastos de logística como % da receita vem caindo?  Insumos estão relativamente mais baratos?)

Ganhos de verticalização na produção. (empresa detém suas florestas ou não? Qual a qualidade das florestas?)

Ganhos de eficiência (a companhia conseguiu aumentar a produção por hectare? E por funcionário?

Eu buscaria empresas verticalizadas, com florestas em expansão, e com tecnologia de ponta tanto na renovação das mudas e no aproveitamento do solo como no tratamento da madeira e fabricação de celulose. E com endividamento em trajetória de queda e alto índice de cobertura de juros.

Também buscaria empresas que não dependam de poucos clientes e localidades para auferirem suas receitas.