Felipe Tadewald
@felipetd
Especialista em investimentos da Suno Research.
Pagar barato é sempre melhor, porém, existem casos de empresas que apresentam um valuation “justo” ou mesmo relativamente caro, que pelo crescimento de resultados que apresentam, e também evolução de dividendos, podem compensar e premiar o investidor com grandes dividendos futuramente.
Imagine uma empresa que paga hoje R$ 0,10 ao ano em dividendos e custa R$ 10,00, ou seja, na prática ela paga 1% ao ano. Porém, caso essa empresa esteja crescendo bastante, algo na ordem de 20% ao ano, em cerca de 10 anos essa empresa poderia estar pagando cerca de 6 vezes esse valor, ou até mais, caso resolvesse elevar o payout e reduzir o ritmo de investimentos.
Existem alguns casos que a empresa sofreu eventos não recorrentes e por isso acabou entregando prejuízo, porém sendo algo totalmente pontual e que não tende a se repetir. Pode também ocorrer da empresa ter sofrido com efeitos puramente contábeis em seus resultados (como Impairment, por exemplo), o que também não tem efeito caixa e não indica uma situação adversa necessariamente.
Quer um exemplo de empresa nessas condições? A Tupy. Em 2016, a empresa teve um grande prejuízo contábil, mas gerou muito caixa e pagou elevados dividendos.
A mensagem que fica é que o lucro líquido é importante, mas não deve ser avaliado isoladamente.
O melhor é começar o quanto antes. No mercado financeiro, o tempo é um dos maiores aliados do investidor. Quem começa a investir na faixa dos 25 ou 30 anos, e mantém essa disciplina de investimentos por 20-30 anos, eu não tenho a menor dúvida de que construirá um ótimo patrimônio no futuro e terá uma boa geração de renda passiva.
Hoje em dia, com corretoras que não cobram taxas de corretagem e algumas que não cobram nem custódia, considerando que existem FIIs que custam menos de R$ 3,00, podemos dizer que com menos de R$ 3,00 já é possível investir.
No entanto, investindo valores muito pequenos pode também gerar um certo “desanimo”, visto que os rendimentos também serão muito pequenos. O ideal é que você comece, independente do valor, e ao longo do tempo, vá evoluindo seus aportes, e dessa forma, aos poucos sua carteira vai criando forma e ganhando “robustez”.
Lembre-se, no entanto, de escolher uma corretora barata, de preferência que dê isenção para FIIs, isenção de custódia e que tenha uma conta no seu banco, para não pagar DOC/TED. Caso necessite realizar DOC/TED, uma boa opção é criar também uma conta digital em algum banco.
Geralmente sempre existe algum fundo imobiliário que está em um preço atrativo e que você pode aportar. Caso aqueles FIIS que estão em preços atrativos já tenham uma grande representatividade na sua carteira, então você pode direcionar os recursos para a renda fixa, ou escolher boas ações pagadoras de dividendos.
Como o Baroni disse, os fundos de papel, em geral, tendem a não apresentar valorizações expressivas no longo prazo, visto que estes fundos distribuem todos os rendimentos e também o reajuste inflacionário.
Porém, existem alguns fundos inseridos neste segmento que podem apresentar uma tendência de valorização, como aqueles que possuem carência nos fluxos de pagamentos e por isso acabam “acruando” resultados no patrimônio, ou simplesmente os fundos que apenas distribuem os resultados imediatamente com efeito caixa, mantendo no PL (acruando) os resultados contábeis para distribuições futuras.
Apesar dos fundos de papel, de maneira geral, não se valorizarem, com alguma frequência surgem janelas de oportunidades, onde o investidor pode comprá-los com grandes descontos frente o valor patrimonial, o que pode proporcionar um retorno acima na média, quando a distorção é corrigida.
Ainda existem alguns fundos de Shoppings com preços, se não podemos dizer baratos, ao menos, razoáveis. Deve-se lembrar também que a renda dos Shoppings está ainda defasada, de certa forma, visto que a crise dos últimos anos acabou prejudicando bastante este segmento também.
Ou seja, é provável que o rendimento dos Shoppings tenham um crescimento mais robusto ao longo deste ano e dos próximos, refletindo a melhora do cenário macroeconômico.
Grd, supondo que você tenha hoje R$ 1.000,00 e a partir de hoje aporte R$ 500,00, estimo que você atingiria uma renda aproximada de R$ 750,00 mensais (em valores de hoje) dentro de 10 anos. Já é um complemento de renda.
Importante sempre lembrar que o ideal é que os dividendos sejam todos reinvestidos pelo maior prazo possível, justamente para possibilitar um retorno elevado.
Ao que me parece, é uma tentativa (desesperada) do gestor de “resolver” a falta de renda do fii e a elevada vacância. O fundo faz uma captação de recursos, e com esses recursos, compra outros fundos imobiliários e ativos financeiros, criando uma carteira que gera renda.
Com essa renda entrando, o fundo consegue recursos para bancar as despesas relativas à vacância dos imóveis vagos do fundo, como o de Macaé, e ainda deve ter alguma sobra de caixa para fazer alguma distribuição de provento. Por fim, o gestor ainda passa a ter uma remuneração mais elevada, visto que o tamanho do fundo aumentou.
Eu não confio na gestão TRX, e até o momento, os fundos geridos por eles não entregaram rentabilidade aos investidores, pelo contrário, só entregaram dor de cabeça.
Eu vejo a CVM como um órgão importante para o mercado financeiro, principalmente para o pequeno investidor e minoritário. Em casos que as empresas acabam tentando prejudicar os acionistas, ou mesmo fundos imobiliários, fazer uma reclamação formal na CVM pode ser bem eficiente.
Já vi muitos casos em que a CVM ajudou o pequeno investidor, tanto no mercado de ações, quanto no de Fundos Imobiliários. Recentemente, podemos citar como um exemplo positivo, o caso envolvendo a Wiz e a Caixa, em que a Caixa sugeriu que pretendia excluir a Wiz das negociações e buscar um outro player para explorar seu balcão de seguros, mesmo o fundo de funcionários da Caixa tendo posição na Wiz, e obviamente, prejudicando muitos minoritários.
A CVM então foi notificada, e passou a monitorar essa situação, em defesa dos minoritários, garantindo que as negociações não prejudiquem o lado mais frágil da negociação.
Não acho que deves encarar isso como um critério de exclusão, mas sim apenas como um ponto negativo. Muitas empresas recebem muitos e-mails com frequência e se torna difícil ou até inviável responderem a todos.
Uma sugestão que lhe dou é ligar para o RI. Você consegue ser atendido na mesma hora e geralmente consegue ter uma conversa mais produtiva.
Eu não acho interessante. O risco de se ter um prejuízo com este tipo de operação é bem relevante e além disso, ninguém consegue prever o futuro ou uma situação de queda de preços. Por mais que uma empresa tenha subido muito, nada impede que ela continue subindo. Por mais que uma empresa esteja mal operacionalmente, e até à beira da falência, nada garante que as ações cairão.
Você não precisa ter apenas ações e renda fixa. Você pode ter, além de ações e renda fixa por exemplo, Fundos Imobiliários, que historicamente entregam ótimos retornos, com baixa volatilidade, e rendimentos isentos na conta mensalmente. Ainda, os fundos imobiliários garantem uma diversificação maior à sua carteira, tendo em vista que existem inúmeras classes de fundos imobiliários, desde os que investem em lajes corporativas, até os que investem em shoppings ou na construção de imóveis para venda.
Além disso, existem os FIP’s (Fundos de Investimento em Participações) que são produtos bem interessantes, em especial os inseridos nos segmentos de energia elétrica, que pagam bons dividendos e oferecem rentabilidades diferenciadas, ou mesmo debêntures, que entregam retornos atrativos a depender das taxas adquiridas e o risco das empresas.
Ademais, para quem deseja se expor à moeda forte, e ter uma parcela de “hedge” na sua carteira, eu acho que faz mais sentido adquirir ações de empresas exportadoras ou mesmo empresas americanas, através de BDRs, do que ouro e dólar, que são instrumentos que não entregam rentabilidades muito atrativas e nem geram renda.
Sem dúvidas esse foi um ótimo investimento. Warren Buffett, por exemplo, ao longo dos mais de 50 anos que investe, obteve uma rentabilidade próxima de 21% a.a, ou seja, a rentabilidade deste terreno foi próxima da rentabilidade de WARREN Buffett, em média. Porém, há de se considerar se realmente este terreno hoje poderia ser liquidado por este preço.
A liquidez dos imóveis geralmente é muito baixa, e há grandes distorções de preços e spreads entre preços oferecidos pelos vendedores, e os valores oferecidos pelos compradores. É possível que este terreno, na prática, seja vendido por bem menos, e além disso, há de se considerar os impostos envolvidos na transação, o que certamente reduziria a rentabilidade.
De qualquer forma, supondo que existam compradores para este terreno nesse valor e considerando essa rentabilidade de 18,54% como legítima, podemos dizer que sim, é plenamente possível obter essa rentabilidade numa carteira de FIIs e ações, porém também não é fácil.
Sabendo investir nas empresas certas, nos momentos certos, e nos bons fiis, nos momentos certos, sabendo vender quando necessário, o investidor consegue rentabilidades até maiores, porém, novamente, não é nada fácil.
Julgo que seja muito mais viável e prudente esperar uma rentabilidade em torno de 7 a 8% reais para as ações e fiis, o que se traduziria num retorno nominal em torno de 12% a.a, mas sempre aproveitando oportunidades pontuais e comprando com mais força nas crises e momentos de grandes quedas.
Sem dúvidas vale a pena. Qualquer valor que você poupe e direcione para a bolsa vale a pena e é muito melhor do que não investir ou não economizar, mesmo que sejam R$ 100,00 por mês.
Com R$ 500,00 por mês, apesar de não parecer muito, eu não tenho dúvidas de que você conseguirá acumular um patrimônio atrativo no longo prazo e também obterá uma boa renda complementar.
Com aportes de R$ 500,00 mensais, caso consigas escolher boas empresas e bons fundos imobiliários, e evidentemente, tendo a disciplina de reinvestir os dividendos, você deve obter uma renda mensal aproximada, dentro de aproximadamente 25 anos, de cerca de R$ 4.000,00 em valores de hoje, ou em torno de R$ 10.000,00 em valores nominais.
Pode parecer demorado, e realmente não é rápido, porém, imaginando que você tenha hoje em torno de 30 anos, você chegaria aos 55 anos com uma renda de dividendos próxima dessa. Apesar de não ser uma renda que proporcione uma vida de luxo, ela, considerando valores de hoje, está cerca de 4 vezes acima da média da renda do aposentado brasileiro hoje.
Nos investimentos, o tempo de investimento recompensa a paciência, e caso você deseje esperar 30 anos, estimo que você conseguiria obter uma renda mensal (sempre em valores de hoje, ou seja, reais) próxima de R$ 7.000,00, o que é uma boa renda, principalmente considerando a sua capacidade de aportes.
Na bolsa de valores, as fortunas são criadas ao longo do tempo e a paciência é sempre recompensada no longo prazo.