Investimentos

@lonchas em 05/06/2019

Alberto, considerando um investidor que não dispõe de recursos suficientes para fazer alocações mensais no exterior e no Brasil, necessitando optar por um ou pelo outro, como se comportar no momento atual? Tentarei explicar.

Diante do cenário econômico no mercado norte-americano (Trump vs. China; provável queda dos juros dos bonds e ameaças às empresas de tecnologia), o que tem levado a queda acentuada da quase totalidade de stocks que possuo, seria recomendável aguardar a possibilidade de uma continuidade de queda das ações da carteira Suno Internacional, para obtenção de melhores preços de compra, e investir nas ações e FIIs brasileiros que estão abaixo do preço-teto (contando com uma possível valorização em razão da reforma previdenciária e talvez uma queda dos juros Selic) OU, diante disso tudo, investir em ações e REITS dos EUA em um mês e no seguinte nos papéis brasileiros?

Observo que neste mês de junho, hoje, acabei alocando os recursos no Brasil, assim apenas em julho poderei, se for o caso, direcioná-los para investimentos nos EUA.

2 Respostas

@alberto em 06/06/2019

Mais votada

Não tem como prever o desenrolar da guerra comercial entre Estados Unidos e China e nem a tendência dos preços.

Existem oportunidades interessantes atualmente nos EUA de empresas com vantagens competitivas e geradoras de caixa, mas que podem ter suas cotações impactadas negativamente pela volatilidade dos confrontos tarifários, porém mesmo assim configuram bons pontos de entrada para o investidor de longo prazo – só não sabemos se é o melhor ponto de entrada, obviamente.

Eu não baseio minhas decisões em aspectos macroeconômicos pois é a mesma coisa que decidir lançando uma moeda, afinal são tantas variáveis que definem o que acontece no âmbito macro que qualquer opinião é uma especulação.

Uma queda nos juros nos EUA, por exemplo, tende a ser benéfica para as cotações das ações, pois os juros agem como a “gravidade” para o preço dos equitys, uma vez que a renda fixa e variável “competem” pelo dinheiro dos investidores globais. Quanto menor a remuneração na renda fixa, mais capital busca a renda variável. Porém não é possível mensurar os reflexos da guerra comercial.

Eu continuo diversificado no Brasil e nos Estados Unidos. Ambos os países possuem fortes incertezas políticas, ninguém sabe o futuro da Reforma da Previdência ou de muitos outros aspectos delicados no Brasil, da mesma forma que não sabemos o que o Trump irá fazer.

Ninguém compra uma fazendo pensando se vai chover daqui a 6 meses. Compram pois acreditam que é um bom investimento para os próximos 10 – 20 anos. Para ações, que são parcelas de empresas, vale a mesma coisa.

É impossível dizer onde é melhor você aportar no mês que vem, afinal não conheço a sua situação a fundo.

Só posso dizer que o melhor a fazer é comprar as empresas pensando nos fluxos de caixa que ela vai te entregar durante muitos anos (estimados de maneira conservadora, com margem de segurança), levando em conta quanto você tem que pagar por esses fluxos de caixa.
Se você comprar empresas que você entende, e que estão subvalorizadas segundo essas premissas, pouco te importa quanto as pessoas vão querer pagar por esse ativo daqui a 6 meses, afinal você está interessado nos lucros da empresa e não na opinião das pessoas.

  • @alberto em 06/06/2019

    Não tem como prever o desenrolar da guerra comercial entre Estados Unidos e China e nem a tendência dos preços.

    Existem oportunidades interessantes atualmente nos EUA de empresas com vantagens competitivas e geradoras de caixa, mas que podem ter suas cotações impactadas negativamente pela volatilidade dos confrontos tarifários, porém mesmo assim configuram bons pontos de entrada para o investidor de longo prazo – só não sabemos se é o melhor ponto de entrada, obviamente.

    Eu não baseio minhas decisões em aspectos macroeconômicos pois é a mesma coisa que decidir lançando uma moeda, afinal são tantas variáveis que definem o que acontece no âmbito macro que qualquer opinião é uma especulação.

    Uma queda nos juros nos EUA, por exemplo, tende a ser benéfica para as cotações das ações, pois os juros agem como a “gravidade” para o preço dos equitys, uma vez que a renda fixa e variável “competem” pelo dinheiro dos investidores globais. Quanto menor a remuneração na renda fixa, mais capital busca a renda variável. Porém não é possível mensurar os reflexos da guerra comercial.

    Eu continuo diversificado no Brasil e nos Estados Unidos. Ambos os países possuem fortes incertezas políticas, ninguém sabe o futuro da Reforma da Previdência ou de muitos outros aspectos delicados no Brasil, da mesma forma que não sabemos o que o Trump irá fazer.

    Ninguém compra uma fazendo pensando se vai chover daqui a 6 meses. Compram pois acreditam que é um bom investimento para os próximos 10 – 20 anos. Para ações, que são parcelas de empresas, vale a mesma coisa.

    É impossível dizer onde é melhor você aportar no mês que vem, afinal não conheço a sua situação a fundo.

    Só posso dizer que o melhor a fazer é comprar as empresas pensando nos fluxos de caixa que ela vai te entregar durante muitos anos (estimados de maneira conservadora, com margem de segurança), levando em conta quanto você tem que pagar por esses fluxos de caixa.
    Se você comprar empresas que você entende, e que estão subvalorizadas segundo essas premissas, pouco te importa quanto as pessoas vão querer pagar por esse ativo daqui a 6 meses, afinal você está interessado nos lucros da empresa e não na opinião das pessoas.

  • @lonchas em 06/06/2019

    Obrigado, Alberto!

  • jun 2019
  • 05 jun
  • jun 2019