Tiago Reis
@tiagoguitian
Analista de investimentos (CNPI) e sócio-fundador da Suno Research.
Na verdade ele fala de EBIT / Ativos tangíveis.
O que são ativos tangíveis? É o resultado da soma entre ativos fixos e capital de giro.
Ele dá alguns motivos no livro. Para mim, o ROE não considera como a empresa foi financiada. Duas empresas de mesmo ROE não necessariamente possuem a mesma rentabilidade sobre capital: uma delas pode ter mais dívida que a outra e desta forma possui maior risco.
Essa fórmula do Greenblatt mede a rentabilidade sobre o investimento, não importando muito como a operação foi financiada.
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- Sim, para calcular o ROE você deve somar o lucros dos últimos 12 meses. Deve-se proceder assim, pois diversos negócios tem características de sazonalidade. Desta forma, um trimestre pode ser fraco e outro mais forte. Ao somar os últimos 12 meses você terá uma visão melhor de como é a lucratividade da empresa em um ano, excluindo eventos sazonais.
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- Quanto a qual Patrimônio Liquido (PL) utilizar fica a critério de cada investidor. Eu prefiro utilizar o P.L. de 12 meses atrás. Desta forma, eu consigo ver qual a rentabilidade sobre o patrimônio inicial um negócio consegue obter.
- Devo considerar as ações dos controladores e administradores na somatória do número de ações além daquelas em circulação (free float) e desconsiderar ações em tesouraria, quando eu calculo o VPA?
Sim! Exatamente isso.
Quanto as recompras, não existe nenhuma conta no passivo. Apenas “ações em tesouraria” no ativo (que teve também baixa de caixa no ativo). A aquisição das ações não transitam pela DRE, e sim pelo demonstrativo de fluxo de caixa.
Já fizemos diversos backtests, até já publicamos, que indicam que a estratégia do Bazin foi um excelente negócio no passado.
A dúvida é se ela será no futuro também.
Minha opinião é que sim. Ao adquirir empresas que paguem dividendos com baixa divida, o investidor esta adquirindo empresas rentáveis, de baixo risco de quebrar e baratas. Acredito que esta estratégia tenda a ser vencedora a longo prazo.
O que eu analisaria em um fundo:
A) a estratégia do fundo
B) histórico da gestão
C) Os principais indicadores históricos (alfa, índice Treynor, Jansen ,etc…)
D) taxas cobradas.
Quanto aos fundos previdenciários, são em sua maioria produtos caros e que amarram o investidor através de impostos altíssimos caso queira retirar. Prefiro manter distancia da categoria como um todo.
Nós pretendemos apenas ampliar nossos serviços e produtos em áreas que:
A) Acreditamos que possamos fazer melhor do que as alternativas atuais.
B) Acreditamos que o produto é realmente útil ao investidor.
Dito isso, eu acredito que o investimento no exterior faz sentido. Eu mesmo invisto uma parte menor das minhas economias fora. Recomendo que você faça o mesmo.
Uma debenture é título de dívida e deve ser analisado como tal: qual o perfil de crédito da empresa que emitiu este ativo?
Eu não consigo emitir opinião a respeito do ativo sem saber a real capacidade que uma empresa tem de honrar suas dívidas. 7% pode ser excelente ou pode ser muito pouco. Tudo depende do perfil de risco do emissor.
Eu não gosto de investir em setor, eu invisto em empresas. O próprio setor da construção é um exemplo: a PDG vale quase nada e a Eztec esta próxima da máxima.
Dito isso, é um segmento complicado que dificulta a rentabilidade, pois praticamente não existe diferenciação e barreiras de entrada. É um setor de briga de preço. Geralmente, um setor assim é dificil ter um lucro elevado.
Segmentos assim, busque a empresa mais eficiente. A Eztec se mostrou a melhor empresa até agora.
Eu não tenho nada contra, mas não gosto de ter limitações de investimento. Gosto de investir aonde acredito que existam oportunidades.
E se eu encontrar uma small cap interessante? Ou um fundo imobiliário barato? Ou mesmo um IPO bom como o da IRB?
Quero flexibilidade para fazer o que minha analise indica como o certo.
BDR´s nada mais são do que recibos de ações americanas negociadas na bolsa. Desta forma, você deve precificar o ativo que esta dentro do BDR, ou seja, a ação que tem naquele BDR.
Por exemplo, no BDR da Apple, você deve analisar as ações da Apple.
E dai é fazer valuation como faria de qualquer empresa. Temos um minicurso gratuito que pode te ajudar a aprender a fazer valuation: https://www.suno.com.br/minicurso/valuation
Obviamente é preciso o valuation que você chegou em Apple, na proporação que os BDR´s tem. No caso a Apple possui 1/10 de ação por BDR, e é necessário ajustar este valor de 1/10 do valor da ação americana para real (moeda local).
Eu sempre acreditei ser um setor “comoditizado”, com pouca diferenciação entre os players. A BRF é certamente a empresa com produtos mais valorizados entre as empresas de carne, podemos indicar no futuro em um preço atrativo.
Toda empresa que depende apenas de um cliente ou fornecedor possui um risco maior neste sentido.
Por outro lado, a lucratividade é uma das maiores da bolsa, e isola a empresa de competição, o que reduz risco na outra ponta.
Os contratos são de longo prazo, e nada vai acontecer da noite para o dia. Mas eu reconheço que este é o principal risco da empresa.
Eu já escrevi bastante sobre este livro (https://www.suno.com.br/artigos/formula-magica-de-joel-grenblatt-little-book-beats-market/).
Eu fiz o backtest da estratégia dele no Brasil e os resultados foram surpreendentes em termos positivos.
Mas resultados passados não são garantia de resultados futuros. Mas se eu tivesse que apostar, eu diria que a estratégia dele será vencedora no futuro.
Basicamente ele indica comprar bons negócios a bons preços. Isso deveria funcionar ao longo do tempo.
Os dois métodos tem vantagens e desvantagens. Destaco as vantagens de cada um:
- BDR´s: é menos burocrático (compra direto da corretora brasileira), existe beneficio fiscal na venda em até R$35 mil por mês.
- Ações diretamente no exterior: Não existem taxas de administração do BDR, as opções de investimento são muito maiores, a liquidez é bem maior.
Sim, é possível.
Na verdade, a ordem será “segurada” e será colocada quando o mercado abrir.
Eu faço isso na minha corretora. Te incentivo a conversar com a sua corretora. Converse com eles lá.