Rodrigo Wainberg
@rodrigo_wainberg
Analista e Consultor de Valores Mobiliários. Profissional aprovado no Level III da certificação CFA, investidor em ações há 6 anos.
São raras, mas existem. Como Banrisul, Unipar, e recentemente, Smart Fit.
As classes tendem a ter direitos diferentes. Mas isso é mais um resquício de um modelo antigo de governança.
A distribuição é somente de Ações PN e Unit vai ser composta por 4 ações PN.
Sem entrar no mérito da liquidez (que ainda não sabemos como será), você precisa ver se a Unit está com desconto frente ao valor de 4 PN.
Preparamos um relatório gratuito sobre Ambev.
https://www.suno.com.br/artigos/vale-pena-investir-na-ambev-abev3/
A maneira teoricamente correta de calcular a rentabilidade é através da Taxa Interna de Retorno.
Coloque no Excel todas as compras, vendas e recebimentos de proventos, assim como as datas respectivas.
Aí você usa a função XTIR.
Dá trabalho, mas é o correto de fazer.
Depende de cada empresa e setor. Não dá pra generalizar.
Empresas de transmissão elétrica,por exemplo, são mais previsíveis na sua geração de caixa. Podem suportar um índice maior.
Já empresas muito cíclicas deveriam ser mais conservadoras.
Não.
As dívidas são apenas uma fonte de recursos para a empresa. Obviamente, há o custo dos juros.
Por isso, para a empresa gerar valor aos seus acionistas, ela deve conseguir rentabilizar esse capital de terceiros a uma taxa maior do que aquela paga de juros. Isso se chama alavancagem financeira.
Se essa taxa for menor, então haverá um consumo dos ativos da empresa. A companhia terá que dar um jeito de cobrir a diferença, consumindo caixa, vendendo ativos, aumentando endividamento. Esses exemplos destroem valor para o acionista.
Dívida Líquida faz mais sentido, pois você precisa descontar os valores disponíveis em caixa e aplicações financeiras.
A empresa pode ter R$ 100 milhões de empréstimos, mas se tiver R$ 200 milhões em caixa, na prática não tem dívidas.
Se você utilizar somente a Dívida Bruta, poderá chegar a uma conclusão errada sobre o endividamento da companhia, tanto em relação à geração de caixa quanto ao Patrimônio.
Ex: LREN3 tem R$ 1,8 bilhão de dívida bruta e 3 bilhões de patrimônio Div/PL daria 60%. Mas a empresa tem 1,1 bilhão em disponibilidades.
Então na prática, a Dív/PL é de apenas 700/3000 = 23%
Depende do tipo de risco.
Se for a oscilação do título no curto prazo, o Tesouro IPCA+ sem cupom de vencimento mais longo possível costuma ser o mais arriscado, pois a sua “duration” é maior do que o restante dos títulos.
Já se for o risco de ter um retorno real negativo no longo prazo, então o Tesouro Prefixado sem cupom é o mais arriscado, pois você trava uma taxa nominal.
O risco de liquidez e calote é o mesmo para todos os títulos.
Falamos mais das características de cada um neste artigo : /https://www.suno.com.br/artigos/tesouro-direto-guia-explicativo-com-tabela-de-titulos/
Significa que na prática a empresa não tem dívidas. Se quisesse, podia quitar tudo e ainda sobrava um troco.
A inflação é o grande inimigo do investidor de longo prazo.
A corrosão do poder de compra da moeda faz com que, na prática, tenhamos que ter uma rentabilidade mínima apenas para manter o nosso poder de compra atual.
Tudo que passar dessa “barra” chamamos de rentabilidade real. É isso que enriquece. O Buffet conseguiu 20% acima da inflação.
O que fazer no Brasil? Algumas opções:
- Investir no Tesouro IPCA+. Aqui você consegue um rentabilidade real modesta.
- Fundos Imobiliários. Tanto o aluguel quanto a valorização do imóvel costumam ser corrigidos pela inflação (nem todos. tem que saber escolher).
- Ações. Historicamente foi possível conseguir 8% em média de retorno real no Brasil. As empresas tendem a repassar os preços para os consumidores, o que faz com que a geração de caixa, e por consequência o preço da ação e os dividendos, também consigam superar a inflação com folga. Novamente, é preciso saber escolher bem os ativos.
Falamos mais da inflação aqui: https://www.suno.com.br/artigos/inflacao/
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Uma boa linha de corte é a Taxa Selic. Se a empresa não consegue rentabilizar o capital adicional empregado no negócio a uma taxa maior do que a taxa Selic, então era melhor ter comprado títulos públicos.
Como a Selic nunca passou de 15% desde o Plano Real, acredito que esse valor seja uma boa referência.
Ah, mas e se a Selic for menor no futuro? Aí pode flexibilizar um pouco.
Mas geralmente boas empresas conseguem manter o patamar de ROE estável ou mesmo aumentá-lo conforme ganham escala.
Falamos mais do ROE aqui: https://www.suno.com.br/artigos/roe-utilidade/
O Shareholders Yield (SY) é um indicador que tenta mensurar com mais exatidão qual a relação do valor gerado para o acionista em relação ao preço atual da ação.
Como medir esse valor?
De cara pensamos somente nos dividendos/JCP. Mas tem outros fatores que entram na conta deste indicador.
Por exemplo:
- Recompra de ações. É um dividendo disfarçado automaticamente reinvestido na companhia. Ou seja, uma distribuição de participação na empresa.
- Pagamento de dívidas. Com menos dívidas, a despesa com juros diminui no futuro, e portanto, a geração de caixa livre para o acionista aumenta.
O indicador é perfeito? Não
A empresa ainda poderia reinvestir no próprio negócio ou adquirir outras participações societárias. Esses dois usos da geração de caixa não entram na conta do indicador.
Ensinamos a calcular o SY neste artigo: https://www.suno.com.br/artigos/shareholders-yield-um-dos-melhores-indicadores-para-avaliar-uma-acao/
Não. Tem que ver caso a caso.
Alguns indicadores são mais universais que outros, como P/L e ROE, por exemplo.
Já indicadores tradicionais de endividamento, como Dívida Líquida/PL , Dívida Líquida / Ebitda não funcionam para bancos. O melhor seria usar o índice de Basileia mesmo.
Para seguradoras também não faz muito sentido falar em margem bruta, pois não há a produção de um bem.
Também tem que ver se o indicador em si faz sentido. Empresa com prejuízo não dá pra usar P/L. Empresa com mais caixa do que dívida não tem dívidas na prática.
Enfim, tem que aprender o conceito de cada indicador acima de tudo. Falamos mais a respeito neste artigo: https://www.suno.com.br/artigos/o-que-fazer-indicadores-na-hora-de-fazer-uma-analise/
Quanto maior, melhor.
Para você ter ideia a P&G completou 128 anos de dividendos ininterruptos!
No Brasil ainda somos recém-nascidos se comparado aos EUA.
Dito isso, concordo com gutenbergn. Acho que você deveria olhar pelo menos 5 anos se houver histórico.
Mas não é por isso que você vai excluir da sua análise boas empresas que fizeram IPO há menos tempo que isso.
Falamos mais de indicadores nesse artigo: https://www.suno.com.br/artigos/os-indicadores-mais-importantes-em-uma-analise/
Só para complementar o que dito acima, empresas do setor de transmissão possuem uma geração de caixa muito previsível (contratos de RAP) e uma operação mais simples.
Geração hídrica sofre com problemas de estiagem e distribuidoras tem a questão de lidar com centenas de milhares de clientes e ligações ilegais, por exemplo.
Também vale lembrar que nem todo projeto de transmissão oferecido em leilão pode ser bom para o acionista. Vai depender do desconto da RAP. Precisa ter uma TIR que justifique..Com a competição atualmente acirrada dos participantes, nem sempre isso acontece.