Tiago Reis
@tiagoguitian
Analista de investimentos (CNPI) e sócio-fundador da Suno Research.
Como o Makslane escreveu, é importante saber qual o dividendo pago por cada ação seja ela PN, ON ou UNIT.
A partir desta informação você pode começar a fazer contas.
Se uma empresa tem ações PN e ON que pagam R$1,00 por ação de dividendos e ações UNITS que pagam R$3,00, é preciso comparar estes valores com a cotação das ações.
Se a PN estiver valendo R$8,00, a ON estiver valendo R$10,00 e a ação UNIT valer R$20,00, qual ação estará oferecento o maior yield?
Neste caso, seria a ação UNIT o investimento de maior dividend yield. Tudo mais constante, eu provavelmente investiria nas UNIT´s.
É importante lembrar que este é apenas um exemplo, e na maioria dos casos as diferenças de yield serão bem menores. Se a diferença for pequena, de preferência para as ações mais líquidas.
Pela minha experiência, todo ano tem algum alerta de grande crise. E a grande realidade é que a maioria das crises não acontecem, e mesmo as que ocorrem são superadas.
Desde que eu nasci, crises ocorreram. Faz parte, é inevitável. E mesmo assim a humanidade prospera.
Não existe uma definição definitiva a respeito de quanto de margem de segurança.
Margem de segurança se refere a comprar um ativo por menos do que ele vale.
Dois problemas derivam desta definição.
A) Quanto de desconto você deve exigir?
B) Como calcular a margem de segurança?
Para a primeira pergunta, a minha resposta é: depende. Ativos menos arriscados você deve exigir menos margem de segurança. Uma Ambev (ativo menos arriscado) você dificilmente irá conseguir comprar por metade do valor . Ativos mais arriscados você pode e deve exigir uma margem de segurança maior.
Para a segunda pergunta, a resposta também é: depende! Se você pedir para os 10 melhores investidores do planeta analisarem a Apple, cada um irá chegar em um preço-alvo diferente. Valuation não é uma ciência.
Depende do que você busca.
Se quer investir em ações de dividendos somente, tende a ser uma boa estratégia. Obviamente, existe volatilidade. Se você não se sente desconfortável com volatilidade talvez você não deva se quer investir em ações.
Sim, estamos avançados. Devemos lançar em breve.
Alguns outros livros de Valuation que merecem destaque:
- Theory of Investment Value (John Burr Williams)
- Valuation: Measuring and Managing the Value of Companies (McKinsey & Company)
- Equity Asset Valuation Workbook (Jerald Pinto)
Em português temos o livro “O Valor das Empresas” de Graciano Sá.
O EBITDA Ajustado nada mais é do que o EBITDA “normal” ajustado por alguma conta que a gestão da empresa julga relevante.
Os ajustes podem se dar por diversos motivos, os mais recorrentes são:
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- Despesas não recorrentes.
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- Receitas não recorrentes.
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- Venda de ativos.
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- A empresa fez uma aquisição recentemente e ajusta o EBITDA do ano anterior para considerar como seria o EBITDA caso a empresa adquirida fizesse parte do EBITDA do ano anterior.
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- Baixa contábil.
Estes ajustes são muito comuns, e é natural a gestão querer enfatizar estes ajustes. É importante lembrar que muitos desses ajustes acabam sendo recorrentes. Muitas vezes a diretoria pode utilizar desta métrica ajustada para “enfeitar a noiva“. É preciso ter cuidado.
Nenhuma destas duas empresas possuem fundos imobiliários de seus ativos listados em bolsa.
Das grandes empresas do setor a BR Malls possui o Shopping Jardim Sul (JRDM11) que é listado. Já a Sonae Sierra possui o Shopping Parque Dom Pedro (PQDP11) que também é listado.
Preparei um artigo a respeito. Foi bastante elogiado e muitas pessoas utilizaram as informações contidas nele no ano passado para fazer a declaração.
Segue o link: https://www.suno.com.br/artigos/como-declarar-acoes-fiis-e-investimentos-no-imposto-de-renda/
Eu acredito ser mais interessante adquiri ações individualmente. Índices podem conter ativos que não passem nos meus critérios de seleção e, desta forma, estarei adquirindo ativos que não gostaria de compor meu portfólio.
Assim, prefiro adquirir ações diretamente das empresas que contemplam as características que busco de rentabilidade, crescimento, risco e valuation.
Basta dividir o total de dividendos e JCP distribuídos nos últimos 12 meses pelo valor atual da ação.
Se a empresa distribuiu R$1,00 e vale R$10,00, logo o seu dividend yield será de 10%.
Não necessariamente aumenta o risco. Apenas muda o risco.
Por exemplo, a Alpargatas trocou de controlador recentemente. Saiu os irmãos Batista da JBS e entrou a Itaúsa. Aumentou o risco? No meu entender diminuiu.
É importante lembrar que este tipo de transação não ocorre todos os dias. São raros os momentos de troca de controlador em uma empresa com ações ON e PN.
A maioria das corretoras permite deixar ordem VAC, válida até cancelar. Eu deixo ordens VAC com mercado fechado na minha corretora, sem nenhum problema.
Caso a sua corretora não aceite, converse com eles.
Retirado do site do Economática:
Ajustar por proventos: Existem acontecimentos envolvendo a base acionária da empresa que provocam descontinuidade no preço de suas ações.
Exemplo 1: Se as ações da empresa sofrem um desdobramento (split) onde cada ação antiga é substituída por dez ações novas, a cotação de suas ações vai se reduzir a um décimo de seu valor antes do desdobramento.
Exemplo 2: Se uma ação paga um dividendo de $0,50, sua cotação decrescerá $0,50 imediatamente após o pagamento do dividendo (data EX)
É necessário então que as cotações anteriores a um provento (desde o início do histórico até o dia antes da data EX) sejam ajustadas de maneira a serem comparáveis às cotações pós-provento e a refletir somente valorizações e desvalorizações genuínas
As opções desta função são:
Não : As cotações serão apresentadas em seu valor original, sem estarem ajustadas pelos proventos
Sim, inclusive dividendos: As cotações estarão ajustadas por todos os tipos proventos
Sim, exceto dividendos: As cotações não estarão ajustadas por pagamento de dividendos, mas estarão ajustados por todos os outros tipos de proventos
Por default, o sistema apresenta as cotações sempre na segunda alternativa (Sim, inclusive dividendos). Portanto, se você quiser as cotações originais, você deverá alterar este parâmetro para sua primeira alternativa (Não)
As fórmulas abaixo apresentam o cálculo do fator de ajuste para cada tipo de provento. O fator de ajuste é o numero pelo qual são multiplicadas todas as cotações anteriores ao provento (desde o início da série até o dia anterior ao provento) de maneira que as cotações anteriores ao provento sejam comparáveis às cotações posteriores ao provento
Dividendo: F = 1 – D / Pu
Bonificação: F = 1 / (1 + b)
Desdobramento: F = 1 / d
Redução de Capital: F = 1 / (1 – r)
Grupamento: F = g
Subscrição: F = (Pu + s * S) / ((1 + s) * Pu)
Cisão: F = (1 – c / 100)
Outros tipos de proventos: Os outros tipos de proventos (Colocação de ações, Conversão de títulos em ações, etc) não criam descontinuidade na cotação e portanto não requerem ajustes nas cotações anteriores
Legenda:
F = fator de ajuste
D = Valor do dividendo
Pu = Preço original na última data “com” (data imediatamente anterior à data EX)
b = Quantidade de ações novas recebidas por cada ação possuída
d = Quantidade de ações novas que substituirão cada ação antiga
r = Quantidade de ações canceladas para cada ação possuída
g = Quantidade de ações antigas que serão substituídas por cada ação nova
S = Preço da subscrição
s = Quantidade de ações novas ofertadas por cada ação possuída
c = porcentagem que a parte cindida representava do valor de mercado da empresa antes da cisão
Tivemos alguns contratempos com a editora. Devemos lançar este ano, com uma nova editora. O conteúdo já esta pronto.
Enquanto isso, convido vocês a lerem as cartas do Luis Barsi: https://www.suno.com.br/cartas-luiz-barsi/