Finanças Pessoais
Felipe Tadewald, fundos de papel são bons para uma carteira previdenciária?
Vi uma vez você falando no fórum da Suno que gosta bastante desses fundos. Você acha que é bom tê-los numa carteira de longo prazo?
2 Respostas
Em minha visão, fundos imobiliários que investem em recebíveis, os chamados “fundos de papel” são essenciais numa carteira previdenciária, visto que entregam ao investidor retornos bastante atrativos, geralmente muito superiores ao CDI, e protegem o investidor “imediatamente” da inflação, gerando bastante caixa ao investidor em momentos de inflação alta, preservando seu poder de compra e permitindo que ele tenha caixa para adquirir novas cotas ou investir em outros ativos.
Geralmente em períodos de crise grande parte dos ativos de renda variável se desvalorizam e muitos fundos de tijolo e ações enfrentam problemas, tendo que reduzir dividendos, mas os fundos de papel, por outro lado, por entregarem rentabilidade indexada à inflação, além de se beneficiarem das taxas de juros (que geralmente estão mais altas em momentos de crise), costumam entregar retornos muito atrativos nesses períodos, servindo como uma espécie de hedge, para o investidor.
Na prática, o investidor que possui fundos de papel, tende a continuar obtendo uma rentabilidade atrativa mesmo em períodos de crise, e obtém um fluxo forte de renda passiva, permitindo que esse investidor aproveite a crise para investir da melhor forma que julgar.
Ainda, hoje, apesar do cenário de juros baixos, é possível encontrar fundos de recebíveis que possuem carteiras com prêmios de mais de 7% ou 8% acima da inflação, o que por si só, já representa mais que a média histórica de rentabilidade entregue pelo Ibovespa até aqui.
E como os rendimentos são isentos de imposto de renda, a rentabilidade líquida acaba sendo bastante atrativa, e muito superior a NTN-B, por exemplo, que é tributada, e também não paga dividendos mensais.
O fato deles pagarem dividendos mensais e isentos também é um ponto muito forte a favor, já que permite um efeito robusto dos “juros compostos”, com o investidor reinvestindo os dividendos com uma maior frequência, e por serem isentos de imposto de renda, garantem uma rentabilidade mais atrativa que outros ativos, de modo geral.
Além disso, o fato desses fundos serem bastante diversificados, e possuírem garantias robustas, de uma maneira geral, sendo estruturas bem “amarradas”, é outro ponto que me conforta, já que em um caso extremo de inadimplência de algum devedor, o fundo como proprietário do CRI pode executar os imóveis cedidos em garantia ou mesmo fianças e outros ativos que servem como garantia na operação, podendo liquidar os ativos e retornando os recursos ao fundo.
Na prática, eu avalio que todo investidor deveria ter uma parcela de fundos de papel em sua carteira, já que estes fundos entregam retornos elevados, protegem o capital do investidor da inflação imediatamente, entregam uma grande rentabilidade nominal em períodos turbulentos e são menos voláteis que outros ativos de renda variável.
- jul 2018
- 11 jul
- jul 2018