Ações

@leonardo_freitas em 24/12/2018

Sou assinante Suno Internacional, e muitas das ações recomendadas estão bastante descontadas com relação ao preço teto, porém o valor do dólar em si está bem alto. Nessa balança, está valendo a pena aportar no exterior ou aguardar uma queda do dolar?

3 Respostas

@alberto em 30/12/2018

Mais votada

Devemos ter em mente que é impossível prever aspectos macroeconômicos, como as futuras variações do dólar. Um investidor de valor busca empresas descontadas com relação ao seu valor intrínseco, com foco no longo prazo, comprando evidências e não dependendo de especulações. Como diria Warren Buffett:

“Ninguém compra uma fazenda pensando se vai chover no ano que vem, compram pois pensam que é um bom investimento para os próximos 10 ou 20 anos. Para ações, que são parcelas de empresas, vale a mesma coisa. Se você não pensa em segurar suas ações por 10 anos, não deveria pensar em segura-las nem por 10 minutos”.

Eu acredito que a melhor abordagem é estar sempre exposto em moeda forte (Estados Unidos) e mercados emergentes (Brasil), e você vai variando a sua exposição com relação à qual mercado apresenta as melhores oportunidades, com os maiores descontos.

 

Dessa forma você fica protegido de crises hiper-inflacionárias, comuns em economias emergentes (Argentina, Venezuela, Brasil na época do plano Collor, etc).

 

Também, você minimiza a sua volatilidade diversificando entre mercados, pois as bolsas Brasileiras e Americanas normalmente são antagônicas. Apesar da volatilidade não ser um problema para aquele que sabe o que está fazendo, minimizá-la é um mecanismo de auto proteção recomendável para o investidor.

Tenha em mente que se você ficar especulando que o dólar vai voltar à patamares passados com relação ao real, você pode acabar perdendo oportunidades de comprar bons ativos descontados, e o dólar pode nunca chegar na cotação que você espera. Você pode ficar mais exposto ao mercado brasileiro se julga que o dólar está caro, mas como o foco é no longo prazo, não se abstenha de comprar boas empresas.

Lembre que a inflação nos Estados Unidos é mais baixa que a brasileira, portanto no longo prazo a tendência é de que o dólar se aprecie cada vez mais com relação ao real.

Existem ativos que não estão supervalorizados com relação à sua perspectiva futura, e configuram oportunidades de investimento em moeda forte, que gerarão retornos consistentes no longo prazo, e que vão blindar o seu portfólio.

Para dar um pequeno exemplo, a Apple é uma empresa com taxa de crescimento anual (CAGR) de seu lucro por ação de 27% ao ano nos últimos 10 anos, e está sendo negociada esses dias a 13x o lucro.

Isso sem você ajustar pelo caixa, que é de quase US$70 bilhões de dólares. Se você retirar esse caixa o múltiplo fica ainda mais atrativo. Warren Buffett tem mais de 5% da empresa atualmente e mantêm suas posições independentemente do ciclo do crédito.

Existem outros exemplos como Google, Berkshire Hathaway, BlackRock e Facebook, para começar. Sugiro que você leia os relatórios dessas empresas, pois vale a pena analisa-las para a próxima década.

Resumindo, eu não deixaria de comprar empresas excelentes a bons preços por causa de uma especulação de câmbio, mas você não precisa aportar todo o seu capital em empresas internacionais se acredita que o dólar vai cair, enquanto existem opções interessantes no Brasil. Diversifique e tenha foco no longo prazo.

 

 

  • @alberto em 30/12/2018

    Devemos ter em mente que é impossível prever aspectos macroeconômicos, como as futuras variações do dólar. Um investidor de valor busca empresas descontadas com relação ao seu valor intrínseco, com foco no longo prazo, comprando evidências e não dependendo de especulações. Como diria Warren Buffett:

    “Ninguém compra uma fazenda pensando se vai chover no ano que vem, compram pois pensam que é um bom investimento para os próximos 10 ou 20 anos. Para ações, que são parcelas de empresas, vale a mesma coisa. Se você não pensa em segurar suas ações por 10 anos, não deveria pensar em segura-las nem por 10 minutos”.

    Eu acredito que a melhor abordagem é estar sempre exposto em moeda forte (Estados Unidos) e mercados emergentes (Brasil), e você vai variando a sua exposição com relação à qual mercado apresenta as melhores oportunidades, com os maiores descontos.

     

    Dessa forma você fica protegido de crises hiper-inflacionárias, comuns em economias emergentes (Argentina, Venezuela, Brasil na época do plano Collor, etc).

     

    Também, você minimiza a sua volatilidade diversificando entre mercados, pois as bolsas Brasileiras e Americanas normalmente são antagônicas. Apesar da volatilidade não ser um problema para aquele que sabe o que está fazendo, minimizá-la é um mecanismo de auto proteção recomendável para o investidor.

    Tenha em mente que se você ficar especulando que o dólar vai voltar à patamares passados com relação ao real, você pode acabar perdendo oportunidades de comprar bons ativos descontados, e o dólar pode nunca chegar na cotação que você espera. Você pode ficar mais exposto ao mercado brasileiro se julga que o dólar está caro, mas como o foco é no longo prazo, não se abstenha de comprar boas empresas.

    Lembre que a inflação nos Estados Unidos é mais baixa que a brasileira, portanto no longo prazo a tendência é de que o dólar se aprecie cada vez mais com relação ao real.

    Existem ativos que não estão supervalorizados com relação à sua perspectiva futura, e configuram oportunidades de investimento em moeda forte, que gerarão retornos consistentes no longo prazo, e que vão blindar o seu portfólio.

    Para dar um pequeno exemplo, a Apple é uma empresa com taxa de crescimento anual (CAGR) de seu lucro por ação de 27% ao ano nos últimos 10 anos, e está sendo negociada esses dias a 13x o lucro.

    Isso sem você ajustar pelo caixa, que é de quase US$70 bilhões de dólares. Se você retirar esse caixa o múltiplo fica ainda mais atrativo. Warren Buffett tem mais de 5% da empresa atualmente e mantêm suas posições independentemente do ciclo do crédito.

    Existem outros exemplos como Google, Berkshire Hathaway, BlackRock e Facebook, para começar. Sugiro que você leia os relatórios dessas empresas, pois vale a pena analisa-las para a próxima década.

    Resumindo, eu não deixaria de comprar empresas excelentes a bons preços por causa de uma especulação de câmbio, mas você não precisa aportar todo o seu capital em empresas internacionais se acredita que o dólar vai cair, enquanto existem opções interessantes no Brasil. Diversifique e tenha foco no longo prazo.

     

     

  • @gserrano em 04/01/2019

    Obrigado por compartilhar este conhecimento Alberto.

    Comecei a assinar o Suno Internacional a alguns meses e até então estava aguardando oportunidades, estudando para me sentir mais seguro para alocar parte da carteira lá. Também vejo ótimas oportunidades a LP e tinha a mesma dúvida do Leonardo em relação ao dólar – mas faz sentido tua colocação ao pensar nisto para 10 anos…

  • @bpmilhao em 07/01/2019

    O mercado americano entrou em uma boa realização e vários papéis deram boas entradas. O dólar recuou para a casa dos R$ 3,70 e não vejo a tão curto prazo o dólar abaixo de R$ 3,50 então você acaba aproveitando o melhor de dois mundo, baixa do dólar e baixa dos ativos americanos. Sendo assim, além de tudo o que já foi dito pelo Alberto, julgo que é um bom momento para comprar alguns ativos no exterior.

    De nada vai adiantar você esperar o dólar cair 20% mas a Apple, por exemplo, subir 30 e ainda pagar dividendos duas vezes nesse caminho de recuo do dólar. No longo prazo você tende a ter uma excelente preço médio.

    Confira este estudo de compras seriadas de EPR por 10 anos https://www.comoinvestirnoexterior.com/vale-a-pena-investir-em-epr-properties/

  • dez 2018
  • 24 dez
  • jan 2019