Eu acredito que uma boa gestão consegue atender muito bem todos os interessados no bom desempenho da empresa. São os chamados stakeholders?
– Governo federal, estadual e municipal.
– Agências regulatórias.
Ações de cunho social (ONGs, projetos, patrocínios)
Clientes
Colaboradores
Fornecedores
Credores
Acionistas
Eu foco neste último ponto. Quando compramos uma ação queremos criação de valor ao acionista. Não adiante nada crescimento de faturamento e prejuízo. A receita precisa chegar lá na ponta, que é no nosso bolso de acionista, projetos rentáveis ou distribuição de participação (recompra de ações).
Então eu prezo por empresas que por longos períodos de tempo geraram lucros crescentes, ainda que irregulares, distribuíram dividendos, e recompraram ações. Mas só isso não me basta.
Os executivos também precisam estar alinhados com os acionistas (e com o resto dos stakeholders também). Programa de ações e opções com carência longa e pouco dilutivos são estímulos interessantes. Também gosto de conselheiros que possuem participação acionária relevante.
A boa gestão também precisa desenvolver uma cultura forte, pautada em valores éticos. De tal forma que não dependa de um único CEO brilhante ou alguns diretores (Key man risk). Perenidade da cultura. Empresas com turnover baixo são um bom sinal.
Prefiro empresas que promovem os funcionários internamente, sem trazer gente de fora. Quem tá dentro já conhece como funciona a empresa, qual a cultura, quem são seus colegas e outras particularidades daquele negócio.
Também não abro mão da idoneidade dos principais diretores e executivos. Antecedentes criminais, envolvimento com corrupção são alertas.
Prefiro empresas do tipo corporation, ou seja, que não detenham controlador definido.
Mas no caso de controle familiar, é preciso se atentar ao car áter e histórico da família. Tem gente que respeita os minoritários e outros não. Mercado de bolsa no Brasil já foi a festa dos controladores. Hoje as proteções são melhores, mas mesmo assim há o risco de apropriar riqueza dos minoritários em prol de interesses privados. No caso de famílias, também gosto quando os herdeiros já estão trabalhando no negócio e não existem brigas por herança ou controle.