joaovitor
@joaovitor
Fundador do Empreenda Junto, Teacher of Disciplined Entrepreneurship pelo MIT, COO da Suno Research
O IFRS é um padrão de contabilidade que normatiza como a empresa fornece seus dados financeiros ao mercado, e também é aquele que impacta a distribuição de proventos.
Já o resultado regulatório é o definido pelos leilões e licitações que as empresas participam.
A TAESA (TAEE11) por exemplo, possui várias conseções que possui um ritmo regulatório que cai 50% depois de X anos, porém o resultado IFRS normaliza isso para um resultado mais suave ao longo do tempo.
Pro investidor individual a interpretação mais simples é: IFRS = dividendos, ele é usado pra determinar os dividendos distirbuidos, já o Regulatório = como anda a capacidade da empresa em continuar gerando caixa.
Num exemplo mais simples, vamos supor que uma empresa ABCD11 vença uma licitação que tenha valor de 200M em 4 anos, sendo que a partir do 3° ano o valor das parcelas pagas cai.
Quando fossemos olhar o resultado da empresa teriamos nas colunas:
No regime regulatório veriamos algo assim: Ano 1: 125M / Ano 2: 125M / Ano 3: 75M / Ano 4: 75M
Já no regime IFRS veriamos algo assim: Ano 1: 100M / Ano 2: 100M / Ano3: 100M / Ano4: 100M
E no meio o ajuste entre esses valores.
O Valor intrínseco de uma ação é calculado por meio de técnicas de valuation, seja por comparação, DCF ou Gordon, ele é de certa forma um valor subjetivo sobre qual seria o preço justo de uma empresa.
Já o valor de mercado é um valor objetivo que representa o valor financeiro que aquela empresa está sendo negociada no momento. Basicamente é a cotação da empresa no momento multiplicado pela quantidade de ações.
Ah, mas o JCP em si é algo que só existe no Brasil mesmo. 🙂
Ah, mas o JCP em si é algo que só existe no Brasil mesmo. 🙂
Eu realmente não sei da onde essa ideia veio, até suspeito, mas prefiro não comentar.
Sobre Dividendos/Bonificações/JCP serem coisas de brasileiro: não existe nenhuma base para isso.
As empresas são obrigadas a distribuir ao menos 25%, porém podem colocar em seus estatutos para não o fazerem. Também é importante notar que mesmo com a obrigação de se distribuir somente 25%, MUITAS empresas distribuem mais do que isso, ou seja: elas não enxergam outra alocação melhor de capital.
As empresas possuem uma curva de amadurecimento, após a qual não sobram muitas oportunidades de uso do caixa gerado que não seja distribuir aos acionistas, pois se torna difícil ter retornos acima do mercado.
É uma ilusão pensar que as empresas sempre em qualquer situação irão ser capazes de alocar seu capital melhor que o acionista, pois a partir de um dado momento isso simplesmente é impossível, ou elas se tornariam maiores do que a economia do planeta.
Mas de modo geral, qualquer investidor creio eu, defende que caso a empresa tenha um projeto melhor para investir seu dinheiro do que distribuir em formato de dividendos que o faça.
Além disso, é complicado comparar com os EUA, lá por questões de incentivo fiscal grande parte do “dividendo” das empresas é feito no formato de Recompra de Ações. Como os dividendos são tributados, as empresas ao invés de distribuirem caixa, recompram e cancelam suas ações.
Nesse caso é melhor analisar o Shareholders Yield das empresas, que deixa isso bem claro e mostra como as empresas lá migraram de “Dividendos” para “Recompras” por questões fiscais. Ou seja, as empresas “distribuem” muito mais do que parece, só que de outra forma.
E sobre a Apple, ela é uma das maiores pagadoras de dividendos (Em volume financeiro) do planeta (ou a maior), não foram raras ocasiões, e sim uma questão de quando ela começou a pagar.
Imagine que você tenha um ativo X qualquer, vamos chamar de XPTO3, cotado a 100 reais.
A ação então sofre uma desvalorização de 10% e vai para 90 reais.
Se ela subir “Somente” 10%, partindo dos 90 reais, ela vai pra 99 e não 100. Para ir a 100 e zerar a perda ela teria que subir 11,111….%
Agora vamos supor que o ativo seja comprado a 100 reais e sofra 50% de perda. Ele vai para 50 reais.
Para voltar aos 100 originais não basta que ele se valorize 50% (Nesse caso ele iria de 50 para 75) ele precisa subir 100% para sair de 50 para 100.
E se a perda for de 80%, ou seja, cair de 100 para 20 ele precisa subir 500% para voltar aos 100 originais.
Sempre existe risco. Porém quando vc analisa a trajetória de grandes nomes como Luiz Barsi, vêmos que no longo prazo com consistência e paciência, investir somente no Brasil não é um problema, mas no curto a volatilidade costuma ser alta.
Cao possa investir fora uma parte do seu capital, isso ajuda na diversificação de risco que sempre é bem vinda.
No mais, caso não possa, o foco é montar uma boa carteira aqui mesmo.
Infelizmente não, mas a Suno no relatório Suno Radar indicamos os tipos de cada fundo dos principais fundos listados na Bolsa.
Bem, a forma mais fácil de se fazer isso é por meio do histórico de dividendos de uma empresa.
Existem alguns sites que te ajudam com isso.
O Fundamentus na aba “Dados históricos > Proventos”, ou o AgendaDividendos são bons sites para se analisar isso.
Mas eu ainda daria preferência ao site da Bovespa, analisando os ITRs ou a seção “Eventos Corporativos”, onde são apresentados os pagamentos de dividendos, bonificações e JCP.
Uma vez que você analisa isso, o passo seguinte é avaliar a constância dos Dividendos, bem como seu crescimento e claro o payout da empresa.
A Suno tem um artigo sobre isso: https://www.suno.com.br/artigos/como-analisar-o-dividendo-de-uma-empresa/
Que doi menos “deixar de ganhar” ao não comprar um ativo que não “me convenceu”, do que perder na mesma situação.
Ou em outras palavras, a só investir após fazer o dever de casa, entender o ativo, o case de investimento e o que esperar daquele cenário.
Comece com 1 ação, vá comprando a melhor oportunidade do momento. Com o tempo a melhor oportunidade muda e com isso você diversifica sua carteira. Se seus aportes são reduzidos, focar em 1 ação enquanto ela for interessante, acaba sendo a melhor escolha.
Agora quando pensamos em um número máximo, não vejo sentido de passar de 15 ou 20 ativos na carteira.
Fizeram uma pergunta similar a pouco tempo, vale a pena ler: https://respostas.suno.com.br/pergunta/para-o-investidor-iniciante-e-necessario-diversificacao-da-carteira-nos-primeiros-aportes-ou-isso-pode-ser-feito-ao-longo-do-tempo/
O Barsi tem um vídeo com a Suno Falando sobre isso: https://www.youtube.com/watch?v=lNc6zIaCnEE
De forma resumida, a medida que você vai comprando as melhores oportunidades em cada momento, você vai naturalmente diversificando sua carteira ao longo do tempo, “começar diversificado” é algo importante quando você já vai começar aportando muito de uma vez (Mais de 100 ou 200 mil reais), antes disso, vá comprando as melhores oportunidades aos poucos.
Vai depender um pouco de qual é a sua principal fonte de renda.
Cao seja CLT, de 3 a 6 meses é o bastante. Caso seja PJ ou Empreendedor, recomendaria ao menos 1 ano.
É importante também lembrar que muitas vezes nossos custos são maiores do que pensamos, então tem essa questão pra levar em conta.
Na minha visão paciência e visão de longo prazo são fundamentais para o sucesso do investidor.
Mas ao mesmo tempo humildade para admitir os prôprios erros também é um diferencial. Não adianta ser paciente com casos “perdidos” ou empresas que entraram no espiral da morte.